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Renda fixa sem imposto!

  • rafaelsantannamaga
  • 13 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

Investimento isento, debênture incentivada atrai com retorno atrelado à inflação; veja setores promissores. Participação de pessoas físicas nas emissões de debêntures incentivadas passou de 15% para 30% entre janeiro e maio de 2022 e o mesmo período de 2021.



Enquanto o cenário turvo para a renda variável reduz as ofertas de ações na Bolsa, as emissões de títulos de dívida – como as debêntures incentivadas, isentas de Imposto de Renda – têm chamado a atenção de investidores, especialmente os de varejo.

Com a Selic a 12,75% ao ano e a renda fixa cada vez mais atrativa, as pessoas físicas responderam por 30,4% do volume captado com debêntures incentivadas entre janeiro e maio de 2022. Os números são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e fazem referência ao momento da oferta. É o dobro dos 15,1% de participação registrados no mesmo período de 2021. Os dados não levam em conta se o investidor se desfez do ativo após a compra. Além da isenção de IR, outro grande chamariz para os investidores individuais é tipo de remuneração desses papéis. Em um cenário de inflação elevada e persistente, as emissões agradam porque boa parte oferece a inflação acrescida de uma taxa de juros prefixada, sendo uma forma de proteção do patrimônio e do poder de compra.

Investimentos do tipo ganham importância agora que o governo tenta aprovar medidas para reduzir o preço dos combustíveis. Embora elas busquem diminuir a inflação neste ano, a expectativa é que renovem a alta de preços no próximo. Cálculos de agentes financeiros indicam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode encerrar 2022 de 2 a 3 pontos abaixo das projeções, caso as medidas sejam aprovadas. Parte disso, no entanto, deve voltar para o indicador no futuro – já se projeta até 1 ponto percentual a mais no IPCA de 2023.


Outro fator que pesa a favor é que a maior parte das emissões são focadas em setores resilientes, com contratos que tendem a acompanhar os reajustes inflacionários, como os de energia elétrica e concessões de rodovias. Outro setor que tem se destacado nas emissões de debêntures incentivadas é o saneamento. É um setor que possui um custo mais baixo em relação ao benefício que traz para a população. Tem uma rentabilidade maior embutida para uma diversificação mais simples, além de exigir menos tecnologia do que uma elétrica, que precisa remunerar melhor o seu capital. As empresas do setor de energia elétrica também estão entre as emissoras recorrentes de debêntures incentivadas. Porém, discussões de caráter político têm despertado maior receio em relação ao segmento de distribuição.

A preocupação envolve um requerimento de urgência aprovado na Câmara no mês passado para um projeto de decreto legislativo (PDL) 94/22, que estabelece a suspensão dos reajustes nas contas de luz.


Na prática, o projeto suspende especificamente os efeitos de uma decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relação a um reajuste de 23,99% para os consumidores residenciais da Enel Distribuição Ceará (Enel CE). Mas o texto pode acabar abarcando mais companhias.

Isso sem contar as discussões que envolvem o estabelecimento de um teto de 17% para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre vários itens, entre eles a energia elétrica. O que considerar ao investir em debêntures incentivadas?

Além dos rendimentos, outro aspecto importante na análise de uma debênture incentivada é o risco de crédito da empresa emissora, já que esse tipo de papel não possui cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) como os CDBs.


Outra preocupação está no lastro, ou seja, a garantia oferecida pelo emissor. O melhor é sempre priorizar companhias que oferecem garantias reais, com alienação fiduciária. Atenção também para diversificar a carteira de debêntures. Uma sugestão é que o investidor não aloque mais de 3% da carteira na mesma empresa ou 6% em companhias do mesmo setor.

Uma opção, nesse caso, é investir por meio de fundos de debêntures incentivadas, que também oferecem isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas e asseguram maior diversificação com uma aplicação inicial baixa.

O tipo de negócio em que cada empresa atua também deve ser monitorado de perto. Isso porque é preciso verificar quais modelos podem ter maior capacidade de repassar eventuais aumentos de preços ao consumidor.


O investidor também deve atentar aos prazos, já que pode não encontrar saída fácil do ativo antes do vencimento. Nesse caso, o melhor é alocar o valor com um objetivo em mente específico em mente, casando o vencimento.

Fonte: Infomoney - Por Bruna Furlani

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